Objetivo: Analisar os efeitos de um programa domiciliar individualizado via telessaúde no desempenho de objetivos funcionais de crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) durante a pandemia de COVID‐19. MÉTODO: Um estudo de intervenção prospectivo de único grupo com crianças/adolescentes com PC (n = 144; idade mediana = 92 meses [Q1 = 44.0, Q3 = 148.8]; 74 meninos, 70 meninas), representando todos os níveis do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), participaram de um programa domiciliar de 4 meses no Brasil. Equipes interdisciplinares encorajaram famílias a escolher um objetivo funcional a ser treinado. A Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) foi usada no período pré‐intervenção (T1), pós‐intervenção (T2) e 3 meses de follow‐up (T3). As diferenças nos escores da COPM em T1, T2 e T3 foram avaliadas usando o teste de Friedman. O tamanho de efeito foi calculado usando o teste d de Cohen. Análise univariada foi incluída.
Resultado: Melhoras significativas foram observadas após a intervenção, com manutenção dos escores após 3 meses (p < 0.001; ddesempenho = 1.33; dsatisfação = 1.31). Nenhuma das variáveis testadas (habilidades das crianças, idade, nível educacional do cuidador, percepção de centrado na família e tipo de objetivo) foram significativamente relacionados às mudanças nos escores. INTERPRETAÇÃO: O programa domiciliar individualizado via telessaúde pode ser uma intervenção potencial, especialmente para crianças classificadas nos níveis IV e V do GMFCS. Além disso, essa intervenção forneceu uma possível solução para ajudar crianças e suas famílias no desempenho de objetivos funcionais prioritários durante o período de pandemia.