[Medication Reconciliation in Primary Care: Practices, Knowledge and Attitudes in the Lisbon and Tagus Valley Health Region]

Acta Med Port. 2025 Jan 2;38(1):5-15. doi: 10.20344/amp.21629. Epub 2025 Jan 2.
[Article in Portuguese]

Abstract

Introduction: Despite the importance of medication reconciliation for the continuity of care, there is currently no information on the practices, knowledge, and attitudes of Portuguese family doctors on this subject. This study aimed to characterize the formal medication reconciliation procedures in the Lisbon and Tagus Valley Health Region, as well as the perception of family doctors in this region about what they know, how they think and how they practice medication reconciliation.

Methods: We conducted an observational, cross-sectional and descriptive study, using two observation units: primary health care units (study 1) and family doctors (study 2) in the Lisbon and Tagus Valley Health Region. Data was collected through two self-completed questionnaires, which were made available online.

Results: A total of 89 primary healthcare units and 208 family doctors participated in the study (31% and 12% response rates, respectively). Only one in four units (n = 22/89) had a formal medication reconciliation procedure. Among the units with a formal procedure, there was variability in some parameters, although all procedures included physicians. More than 70% (n = 150; 72.1%) of family physicians reported having previous contact with the term 'medication reconciliation', and a half (n = 104; 50.0%) reported carrying out medication reconciliation in more than 75% of consultations after hospital discharge. No differences were identified regarding the frequency with which family physicians practice medication reconciliation after hospital discharge depending on age, gender, type of unit where they work, and volume of consultations. Most family physicians (n = 155; 74.5%) included the three steps recommended by the Directorate-General for Health at the time and resolved discrepancies without contacting the hospital physician (n = 168; 88.8%). Family physicians recognize the importance of medication reconciliation (more than 95% agree/completely agree), although the level of agreement regarding their responsibility for this practice is lower.

Conclusion: The proportion of primary health care units with a formal medication reconciliation procedure is low. Family doctors in the Lisbon and Tagus Valley Region value medication reconciliation, although they do not include it in all consultations after hospital admission. Communication between levels of care and the standardization of processes are areas with potential for improvement to promote the safe and patient-centered use of medication.

Introdução: Apesar da relevância da reconciliação da medicação para a continuidade dos cuidados, atualmente, não existe informação relativa às práticas, conhecimentos e atitudes dos médicos de família nacionais sobre este assunto. Este estudo teve como objetivos caracterizar os procedimentos formais de reconciliação da medicação em vigor na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, bem como a perceção dos médicos de família desta região sobre o que sabem, como pensam e como praticam a reconciliação da medicação. Métodos: Foi conduzido um estudo observacional, transversal e descritivo, utilizando duas unidades de observação: unidades de cuidados de saúde primários (estudo 1) e médicos de família (estudo 2) da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. A recolha de dados realizou-se através de dois questionários de autopreenchimento, disponibilizados online. Resultados: Participaram 89 unidades de cuidados de saúde primários e 208 médicos de família (taxas de resposta de 31% e 12%, respetivamente). Verificou-se que apenas uma em cada quatro unidades (n = 22/89) tinha um procedimento formal de reconciliação da medicação em vigor. Entre as unidades com procedimento formal, existe variabilidade em alguns parâmetros, ainda que todos incluam os médicos. Mais de 70% (n = 150; 72,1%) dos médicos referiram ter contacto prévio com o termo ‘reconciliação da medicação’, e metade (n = 104; 50,0%) referiu realizar reconciliação da medicação em mais de 75% das consultas após alta hospitalar. Não se identificaram diferenças relativamente à frequência com que os médicos praticam reconciliação da medicação após alta hospitalar em função da sua idade, sexo, tipo de unidade onde trabalham e volume de consultas. A maioria dos médicos (n = 155; 74,5%) inclui no processo os três passos preconizados pela Direção-Geral da Saúde à data, e resolve as discrepâncias sem contactar o médico hospitalar (n = 168; 88,8%). Os médicos reconhecem a importância da reconciliação da medicação (mais de 95% estão de acordo/totalmente de acordo), ainda que o nível de concordância quanto à sua responsabilização sobre esta prática seja inferior. Conclusão: A proporção de unidades de cuidados de saúde primários com procedimento formal de reconciliação da medicação é baixa. Apesar dos médicos de família da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo valorizarem a reconciliação da medicação, não a incluem em todas as consultas após internamento hospitalar. A comunicação entre níveis de cuidados e a padronização dos processos são áreas com potencial de melhoria, com vista ao objetivo de promover a segurança da utilização dos medicamentos, centrada no doente.

Keywords: Medication Errors/prevention & control; Medication Reconciliation; Patient-Centered Care; Portugal; Primary Health Care.

Publication types

  • Observational Study
  • English Abstract

MeSH terms

  • Adult
  • Attitude of Health Personnel
  • Cross-Sectional Studies
  • Female
  • Health Knowledge, Attitudes, Practice*
  • Humans
  • Male
  • Medication Reconciliation*
  • Middle Aged
  • Portugal
  • Practice Patterns, Physicians' / statistics & numerical data
  • Primary Health Care*